Aqui, no quarto escuro, entre grossa brancura das paredes, escuto o som
místico do silêncio, desnudo com forças interiores crenças do desconhecido
de presenças que já se foram, não há mais ontem, hoje ou amanhã, carrego
em mim o inútil tempo que se dissolve ao desfiar das horas incessantes.
Como numa vida incrédula de tudo e de todos, não existe firmamento onde
se agarre para ao menos tentar acreditar no que sou, vivo de tal maneira
que não existe algo plausível para pelo menos enxergar, ando pela escuridão
sem ao menos esperar a chegada de onde quero chegar, tudo tão ausente,
tão inexistente, que não tem o presente do dia em que me encontro, assim
sou, objeto de algo que não existe, de algo intocável, de algo que entorpece
os sentido da minha razão.
Framcis Henrique