domingo, 10 de julho de 2011

FALA CONTIGO

 

Quando as nuvens do sofrimento
Invadirem teu céu mental,
Não desfaças a sombra em trovões e coriscos,
Fulminando corações em derredor...
Poderias aniquilar
Muitos germes da fé,
Muitas flores tenras da esperança.


Buscar o refúgio do silêncio e medita...
E quando a serenidade acolher-te em seu manto.
Fala contigo mesmo,
Conversa com a tua própria ira,
Pões diante dos olhos sua figura sombria,
Dize-lhe que talvez teu irmão
Sinta fome de pão ou sede de carinho
Sem que ninguém lhe conheça o heroísmo obscuro!
Talvez esteja exausto
À procura das oportunidades que te 
sorriem desde muito.
Incapaz de suportar, por mais tempo, 
as lutas que lhe parecem intermináveis...

Possivelmente,
Não iniciou a existência com os recursos
 felizes de teu começo
E viverá revoltado, entre os espinhos da ignorância.


Quem sabe?
Dize à tua cólera.
Que o pobrezinho é desfavorecido e infeliz,
Provavelmente, nunca recebeu
Um beijo de mãe, um carinho de esposa, 
a ternura de um filho,
Um abraço de irmão, o afeto de um amigo,
Talvez
Esteja perseguido em si mesmo
Pelos demônios da inconformação!


Comunica-lhe tuas impressões fraternais
 no grande silêncio...
Tua cólera ouvirá, chorando de dor
E as lágrimas benditas
Lavar-lhe-ão a túnica negra
Que resplandecerá de alvura e de beleza...


Em seguida,
Voltará ao teu coração,
Plenamente transformada.
Deixará seus títulos, seus direitos e honrarias,
Esquecerá toda ofensa, toda injúria, toda dor...
Mudará o próprio nome
E chamar-se-á Compreensão,
Compreensão gloriosa e sublime,
Filha de Deus,
Irmã da Humanidade e Serva da Natureza,
Para a Vida Imortal...


Do livro Correio Fraterno. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

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